Elena Arzak representa a quarta geração de uma família de cozinheiros , responsáveis pelo restaurante `Arzak`, em San Sebastian, desde 1897. O estabelecimento tem sido distinguido com três estrelas Michelin desde 1989 e, nos últimos cinco anos, figura no `top ten` da lista anual dos 50 Melhores Restaurantes do Mundo da `Restaurant Magazine`.
“O prémio Melhor Chefe do Mundo Veuve Clicquot celebra o trabalho de uma chefe excecional, cuja cozinha apela aos críticos mais duros do mundo, dos quais 837 votaram nesta categoria. O prémio inspira-se na vida e nas conquistas de Madame Cliqout, que revolucionou, há quase 200 anos, o papel das mulheres no mundo dos negócios [ligados ao champanhe]. A vencedora reflete os atributos de Madame Cliquot no que respeita à inovação, criatividade e determinação”, destaca a publicação, no anúncio.
Elena Arzak conquistou “o respeito internacional com uma conceção da cozinha em constante evolução, vanguardista, baseada na investigação e na experimentação com os sabores”, refere a revista britânica, acrescentando que, juntamente com o seu pai, Juan Mari Arzak, conseguiu que o seu restaurante seja, na atualidade, “um dos mais influentes do Mundo”.
Admitindo-se “muito emocionada e agradecida por esta distinção”, a vencedora disse à agência Lusa que, na sua cozinha, pretende “transmitir os valores” que aprendeu com os seus antepassados, ao mesmo tempo que procura inovar.
No `Arzak` pratica-se “uma cozinha de autor, basca, de investigação, evolução e vanguarda”, definiu, apontando que “a cozinha é um trabalho artesanal e tem o cunho pessoal” do chefe.
Os costumes bascos perpassam na gastronomia do `Arzak`, que é “enriquecida com outras culturas gastronómicas”, acrescentou a chefe, para quem a “técnica e a ciência” também integram o dia-a-dia da sua cozinha.
Num mundo ainda dominado pelos homens, Elena Arzak refere que nunca sentiu qualquer diferença por ser uma mulher na cozinha, até porque essa não é a realidade da sua família.
“O País Basco é tradicionalmente matriarcal. A minha avó já era cozinheira, por isso sempre vivi de forma natural o facto de ser uma mulher na cozinha. Gostaria que todas as mulheres estivessem na mesma situação”, disse, acrescentando que a tendência é que o peso de homens e mulheres na alta gastronomia venha a equilibrar-se.
Elena Arzak congratula-se com a existência de distinções como as estrelas Michelin e a lista da `Restaurant Magazine`, atribuídas a restaurantes de todo o Mundo: “São duas visões muito importantes da gastronomia, cada uma com o seu estilo e os seus princípios. O Michelin é um guia muito sério e a lista tem conquistado muita força e grande repercussão”, defendeu.
O prémio que distingue as mulheres na alta gastronomia foi atribuído pela primeira vez no ano passado, tendo recaído a escolha em Anne-Sophie Pic, `Maison Pic`, França.
No ano passado, a `Restaurant Magazine` atribuiu a Juan Mari Arzak um prémio que distingue o percurso profissional de uma vida.
Elena Arzak receberá o seu prémio no próximo dia 30, quando forem anunciados em Londres os restaurantes que integram a lista de 2012 dos 50 Melhores, elaborada por esta publicação há dez anos. A seleção é feita por mais de 800 especialistas em gastronomia de todo o Mundo.
No ano passado, o vencedor foi o `Noma` (Dinamarca), seguido dos espanhóis `El Celler de Can Roca` e `Mugaritz`.