Ingredientes
Bases de pizza
Polpa de tomate com azeitonas
Queijo mozzarela ralado
Orégãos
Opções:
– Chouriço picante
– Chourição em fatias
– Azeitonas pretas e/ou verdes em rodelas
– Cogumelos em lata laminados
– Cebola
Não tenho nada contra as pizzas ao domicílio, excepto o preço e sobretudo a complicação que é hoje em dia encomendar uma. Quando aquilo apareceu, vinha um folheto simples, telefonava-se, dizia-se o nome e tamanho da pizza pretendida e pronto. Agora a coisa é um tormento desde que a moda “faça você mesmo” chegou à pizza por telefone, tamanho? Ingredientes? Extras? Se optar pela X leva grátis duas Y, é da promoção? (sei lá!), que ofertas vai querer? (e eu por acaso sei o que é que há para oferecer? É que entre autocolantes de “Publicidade aqui não” e excepções de “Dica da Semana Sim”, acaba por ir tudo para o lixo a granel, já saber o vosso numero é uma sorte). Resumindo, encomendar uma pizza tornou-se um pesadelo. Caro, ainda por cima.
Ora calhou ver no meu estimado Modelo da Quinta do Conde umas bases para pizza (cuja marca é do irmão Continente) que custam coisa de 2 euros, três bases. Como a experiência com pizzas congeladas nunca se revelou devidamente satisfatória, resolvi fazer pizzas. Eis como.
Começo por pôr o forno a aquecer a 180 graus porque a preparação é muito rápida. Abro uma lata dessa maravilhosa invenção que é a polpa de tomate com azeitonas Grand’Itália e com uma colher e faca barro toda a superfície da massa. Depois, ao contrário do que se erradamente se faz, não avanço para o queijo mas sim para os ingredientes (mais à frente explicarei porquê mas a informação é de confiança, aprendi isto num restaurante todo pipi em Bolonha, que até tinha um tenor a cantar e tudo e um carpaccio que não vos digo nada – literalmente porque não tenho receitas de carpaccio). A menos que a pizza tenha sido planeada, recorro usualmente ao que está à mão, ou no caso ao frigorífico e/ou dispensa (atum, por exemplo). Mas para que isto seja de facto uma receita convém dar um exemplo, vou pela que mais gosto.
Sobre o tomate com azeitonas coloco aleatoriamente e mesmo sobrepostos, fatias de chourição (que dá mais jeito ficarem por baixo mas sem cobrir a pizza, 4-5 bastam), cogumelos fatiados de lata, rodelas de cebola, rodelas de chouriço e mais umas azeitonas pretas que vêm já sem caroço e cortadinhas em rodelas. Só então cubro tudo com queijo mozzarela ralado (não em pó, em tiras que se desfazem com a mão para espalhar por toda a superfície). O motivo porque muitas vezes se põe o queijo primeiro e os ingredientes depois é por mero exibicionismo: “estão a ver bem a quantidade de coisas que esta pizza tem?”. Só que eu, sinceramente, nestas coisas de comida, prefiro ver com a boca do que com os olhos e depois de saída do forno, o queijo colocado no fim derreteu e escorreu pelos chouriços, azeitonas, cebolas, cogumelos e demais etecéteras que decida acrescentar, misturou-se, envolveu tudo e ainda criou uma crostazinha de queijo semi-gratinado por cima. Os ingredientes podem não se ver tão bem, mas o sabor melhora muito.
Antes de levar ao forno falta apenas polvilhar com orégãos, acrescentar umas simbólicas pepitas de sal e com muita delicadeza (pode até ser com uma colher), cruzar uns fiozinhos (mesmo inhos) de azeite. Para o forno dá jeito ter daqueles pratos anti-aderente próprio para pizzas mas na ausência deste, pode colocá-la(s) directamente sobre a grelha do forno (como habitualmente tem duas, pode cozer duas pizzas de cada vez, e com jeitinho até três, tenha só o cuidado de as trocar de grelha porque as de cima assam mais rápido do que as de baixo). Marque no relógio do forno (se tiver) ou no relógio-cosinha-que-se-gira-para-trás-e-depois-para-a-frente, ou mesmo no telemóvel, 20 minutos, mas não confie, mantenha-se alerta para sinais de esturro e se 20 minutos não forem suficientes, vá testando. Quanto a massa estiver rija e estaladiça no rebordo e começar a escurece (sinal de que está a passar da conta), desligue e retira logo do forno (o tempo que ele demora a arrefecer é suficiente para lhe torrar a piza).
Os senhores das pizzas ao domicilio que me perdoem, também não penso que lhes vá roubar muitos clientes, mas depois de constatar que acabou de fazer com uma base que custa aproximadamente 70 cêntimos por pizza, no tempo que eles demoram – com sorte – a entregar-lhe a pizza, meia horita, e que até ficou bem melhor, estou em crer que há dois ou três números de telefone de que vai deixar de precisar.