Fazer compotas é algo que me dá imenso prazer. E, durante anos, foi uma tarefa árdua, transformar os quilos de pêssegos, tomates, e ameixas que vinham já tocados e muito, muito maduros da quintinha dos avós, em deliciosas compotas.
Os tempos mudam. Os avós envelhecem e a avó deixa de estar ao nosso lado. E as compotas também mudam… A idade já não deixa o avó tratar do quintal, e a abundância de outrora deixa de existir.
Mas as mudanças, sejam elas quais forem, não fazem mal a ninguém. Obrigam-nos a procurar outras formas de fazer as coisas. Os legumes e as frutas dos avós deixaram de existir, mas passei a ter o meu pedaço de horta, na Terra Fresca. A questão da abundância não se coloca, mas passei a ter um papel mais activo, a escolher as minhas colheitas e sementeiras, a por as mãos na terra.
E passei também a ter outro tipo de hortícolas que me continuam a permitir fazer compotas, algumas bem diferentes daquelas que fazia com o que vinha do quintal dos avós.
Uma enorme courgete que cresceu quase sem eu dar conta e as beterrabas – tudo da minha pequena horta, deram origem a esta compota “original” e fora do normal.
Uma combinação estranha, mas que, na minha opinião resulta bastante bem.
Tenho muita curiosidade que experimentem e que me venham dar a vossa opinião.
Ingredientes para 4 frasquinhos:
700g de courgete (descascada e sem sementes)
300g de beterraba (crua e descascada)
650g de açúcar
1 vagem de baunilha
Preparação:
Pique ou rale a beterraba e a courgete e coloque num tacho. Junte o açúcar. Abra a vagem de baunilha ao meio e raspe as sementinhas com a ajuda de uma faca. Junte as sementinhas de baunilha à misture de açúcar, beterraba e courgete, assim como a vagem. (Em alternativa pode usar pasta de baunilha).
Misture bem e leve ao lume até começar a ferver. Reduza o lume e deixe cozinhar em lume brando cerca de 1h30 ou até a mistura ter atingido o ponto de “estrada”, que é quando coloca um pouco de doce num pires e lhe passa o dedo, este abre uma “estrada”, ficando separadas as duas partes.
Retire a vagem de baunilha e triture o doce com a varinha mágica 8ou robot de cozinha) até obter uma mistura cremosa. (Se preferir uma compota com mais textura pode saltar este passo!)
Guarde depois a compota ainda quente em frascos previamente esterilizados e tape-os – quentes – e coloque-os de cabeça para baixo cerca de 30 minutos para que ganhem vácuo.
Etiquete e guarde num local seco.
Sirva como qualquer outra compota, com torradas, panquecas ou scones.
Bom Apetite!
Source: Para Cozinhar